O encarregado a cirandar pela
produção. Sigo-o pelo canto do olho. O olho bom, não o da limalha. Agora uso
óculos. Também descontados do vencimento. O encarregado dá um pontapé num
balde. Todos param de laborar.
– Não parem! – é o que se ouve
no silêncio desalmado das máquinas. Todos retomam as suas tarefas e o rugido
entrecortado da produção faz-se ouvir.
O encarregado pega no balde.
Metálico. Talvez de óleo. Coloca-o de borco e sobe para cima. Uma estátua.
Ainda que atarracada e carrancuda. O encarregado.
– Hoje precisam de trabalhar
mais uma hora! A partir das 7 trabalham uma hora para o cão!
Nunca vi nenhum cão na fábrica,
já as ratazanas abundam e dão festas.
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